terça-feira, 4 de abril de 2017

Dois dias em casa


Isto podia parecer um título meio parodiado de um filme cómico alternativo mas não, foi uma pequena pausa a que tive direito, com o aval da minha médica que me viu demasiado nervosa na última consulta. Esta coisa de não dormir não convém a ninguém, muito menos a uma pessoa que traz outra dentro de si. 

Claro, disse-me que não podia ficar esparramada no sofá a comer (já bem basta o aumento agressivo de peso no último mês) e por isso mesmo dei corda aos sapatos e aproveitei para começar as longas caminhadas que ela recomendou. Vocês que já me conhecem sabem que eu vou sempre para a praia. Ontem fui de tarde, hoje já aproveitei a manhã. Praias diferentes, horas diferentes, públicos diferentes.

Os dias estão tão estupidamente convidativos que só apetece ficar de papo para o ar, e já se nota o movimento louco dos surfistas, dos adolescentes (uns mais parvos que outros), ou dos muitos turistas a passarem pela linha. De manhã o sossego é outro e vemos as pessoas da zona que vivem mais devagar e aproveitam os benefícios de aqui morarem. 

Com mais ou menos gente, a verdade é que mal sinto o cheiro a maresia o meu coração abranda, o meu cérebro entra num estado de pura felicidade e sinto que estou em casa. Não creio que conseguisse viver longe da costa, amo demasiado o mar. 
Pensei que não aproveito o suficiente, que tenho de andar mais, ir para junto da água salgada, sentir a areia, o cheiro. E que tenho de ensinar tudo isso ao miúdo que aí vem, de tudo o que gostava de lhe passar, percebi que o que mais quero é que ele também ame o mar.

Perco demasiado tempo a aborrecer-me com a minha rotina, e com esta altura do ano é tão mais fácil voltar a ter a praia perto de mim, e tudo se tornar mais optimista e luminoso.

Ando a aproveitar também para por as leituras e o walking dead em dia (andei a procrastinar, mas ao menos agora tenho os episódios todos para devorar), e ver se é desta que retomo a escrita nos diários. Também já marquei as minhas mini-férias (a minha babymoon) lá para Maio, que serão muito curtas mas vão ser o balão de ar necessário depois dos preparativos que tenho ainda pela frente. Mal posso esperar.

Depois desta pausa (e ainda o dia de hoje vai a meio) sinto-me novamente capaz de enfrentar a dureza do meu dia-a-dia e talvez, dormir um pouco melhor. Devíamos todos poder fazer isto mais vezes. 

Sem comentários: